Feira do Livro Periférico reúne escritores, editoras e selos literários das periferias da capital paulista

Iniciativa tem início amanhã (22/03) e segue até o sábado (26/03) com lançamento de livros, debates, sarau e exposição de arte;

Atividades, com entrada gratuita, serão realizadas na Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo, na Vila Buarque;

A Ação Educativa, organização da sociedade civil que atua nos campos da cultura, educação e juventudes, realiza nesta semana a Feira do Livro das Periferias. A programação inicia amanhã e inclui debates, sarau, exposição de arte e lançamentos literários. As atividades podem ser conferidas, gratuitamente, na Sociologia e Política – Escola de Humanidades, na Vila Buarque.

O evento com o objetivo de estimular e ampliar o alcance das produções artísticas realizadas nas periferias, tem abertura marcada para às 17h, com a presença de autoridades, entre elas a secretária-adjunta de Cultura da prefeitura, Antonia Andrea. Representantes da Ação Educativa, Fundação Tide Setubal, Biblioteca Mário de Andrade e FESP também participam.

Até sábado (26/03) será possível conferir diversos lançamentos literários. Os autores declamarão trechos de suas obras e também conversarão com o público sobre suas motivações e processos criativos. No cronograma estão as estreias do Selo Editorial “Tenda Palavra”, da Associação Cultural EMBUscadasARTES, e dos livros, “Víctor: uma canção inacabada”, de Joan Jara; “Atrás dos muros, uma flor”, de Cissa Lourenço; “Nos corre da poesia”, Emerson Alcalde; e “Reflexões Periféricas – Propostas em movimento para a reinvenção das quebradas” de Tiaraju Pablo D’Andreia.

“Amanhã sonhei que uma peste invadia a casa”, de Daniel Carvalho; “Quem tem medo do centro”, de Daniel Zóia; “Na medula do verbo”, de Michel Yakini-Iman; Notas sobre a fome”, Helena Silvestre; e “Azterketa”, do poeta Binho – que também realizará uma exposição de arte na ocasião – fecham a lista de lançamentos.

Bate-papo, música e literatura

No decorrer da feira também serão realizadas a apresentação musical “Chorinho na feira” com Camila Silva (cavaquinho) e Sergio Honoro (violão) e rodas de conversa. O bibliotecário Ricardo Queiroz e a socióloga Neide Almeida, com mediação de Sergio Alves, da Câmara Periférica do Livro, conversam sobre “Temos um Plano: políticas públicas para o livro, leitura, literatura e bibliotecas em São Paulo”.

A Semana de Arte Moderna de 22 também será pauta de encontro, no qual o artista Binho traça um paralelo entre a produção artística periférica e o movimento modernista. A mediação deste bate-papo será feita por Eleilson Leite, coordenador de cultura da Ação Educativa.

As escritoras Raquel Almeida, da Edições Elo da Corrente, e Arlete Mendes, da Vicença Editorial, se encontram para conversar sobre a literatura de mulher na periferia, abordando as temáticas presentes na produção literária feminina. Para fechar a programação da feira, a organização convidou o Sarau Bodega do Brasil, que mescla literatura de cordel, repente, aboio, embolada, poesia, dança e música brasileira.

Itinerante, o sarau já esteve no Memorial da América Latina, Centro Cultural São Paulo, Virada Cultural de São Paulo, Estações da Luz e Dom Bosco da CPTM, CEU Parelheiros e Jaçanã, Guarujá, Casa da Palavra em Santo André. A curadoria da iniciativa é do cordelista Costa Senna e a coordenação é de Cacá Lopes, Adão Santos, Ornela Jacobino, Ângela Dizioli, Júbilo Jacobino e Telma Queiroz.

Câmara Periférica do Livro

A feira integra o projeto Câmara Periférica do Livro (CPL), com participação de 26 editoras e selos literários das periferias da capital, região metropolitana de São Paulo e uma associada de Belém, no Pará, estabelecidas a partir de iniciativas individuais e coletivas.

“Sem espaço em livrarias, editoras e editores da periferia vendem seus livros de mão em mão. Por meio da articulação da Rede Câmara Periférica do Livro. A Ação Educativa tem apoiado a estruturação de uma loja virtual e vendas coletivas em eventos ou compras privadas”, explica Eleilson Leite, coordenador da Ação Educativa.

De acordo com o coordenador, a iniciativa é recente, mas decorre de outras ações realizadas e/ou apoiadas pela organização. “Se expressa como a terceira onda do movimento literário periférico, precedido primeiro da formação de leitores por meio dos saraus e depois da formação de escritores revelados nas antologias desses saraus e publicadas com o apoio de editais públicos”.

Vila Buarque Solidária

Além das atividades da Feira do Livro, no sábado o público também confere oficinas de arte e futebol de rua, e contação de histórias. Essas ações fazem parte do projeto Vila Buarque Solidária, uma iniciativa de organizações, entre elas a Ação Educativa, que busca atuar no enfrentamento a problemas como segurança alimentar, moradia, saúde, cultura e protocolos de prevenção à contaminação pela Covid-19 no bairro.

Serviço e programação

Endereços:

FESP

Rua Gen. Jardim, 522 – Vila Buarque, São Paulo

Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato

Rua Gen. Jardim, 485 – Vila Buarque, São Paulo